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Sebastião Moreira/EFE
Entre
aliados de Geraldo Alckmin (PSB) a avaliação foi de que ex-presidente Lula (PT)
recaiu e voltou à sua base tradicional em suas recentes posições sobre o aborto
e sob pressão em deputados. O próprio futuro vice-presidente, no entanto, ficou
calado, apesar de já ter manifestado posições críticas sobre o aborto no
passado. O gesto foi visto como um primeiro teste de lealdade ao PT.
Em
debate, nessa terça-feira, 5, Lula disse que o aborto deveria ser “direito de
todos”. “Aqui no Brasil, mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque é
proibido, aborto é ilegal”, disse ela, acrescentando que quem tem dinheiro pode
fazer o procedimento no exterior.
Um dos
interlocutores de Lula diz que os planos do partido não são rever a lei do
aborto. A crítica do ex-presidente, contextualiza, seriam as tentativas de
impedir abortos previstos em lei, como aconteceu com uma criança em Pernambuco.
Na ocasião, funcionários do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos
foram ao hospital para convencer a família do contrário.
Em
2006, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Alckmin disse ser “contra o
aborto” e “a favor do planejamento familiar”. Na mesma campanha, no decorrer em
um evento em Pernambuco, disse que não vê “o aborto como uma solução”, disse
ele. “Já planejamos [na lei] casos de aborto por 3stupr0*, risco de mort3* para
a mãe. (…) A solução é evitar a gravidez indesejada”, declarou.
Lula
também defendeu em evento realizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores),
nesta segunda-feira (4), que a militância sindical procure deputados e seus
familiares em sua casa pressionar a favor de propostas que interessem ao setor
em um eventual governo petista, a partir de 2023.
“Se
mapeamos o endereço de cada deputado e tinha 50 pessoas na casa, não é pra
xingar, é pra falar com ele, sua mulher, seu filho, pra atrapalhar a
tranquilidade dele, tem muito mais efeito do que demonstrar em Brasília” , ele
disse. O discurso gerou uma forte reação no Congresso.
Informações
da Folha de S. Paulo