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Café Literário aborda o futebol entre a paixão e a rivalidade.

Publicada em: 12/08/2025 23:40 - Regional

Unindo a paixão pelo futebol e a escrita, as memórias dos escritores cheias de sentimentos dão vida às palavras e viraram crônicas. No Café Literário Pólen, Ruy Castro - o imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) homenageado na Bienal do Livro 2025 - comentou, ao lado dos jornalistas Pedro Bial e João Carlos Eboli e do comediante Hélio de La Peña, os principais aspectos do esporte que une brasileiros e foi tema de muitas das suas crônicas no painel “A Paixão Por Futebol".

Ruy explicou que, há alguns anos, os escritores brasileiros não gostavam de futebol e não havia muita literatura sobre o esporte. O autor diz que seu livro “Estrela Solitária’" da editora Cia das Letras (1995), ganhador do prêmio Jabuti de 1996, que conta a história do jogador Garrincha (1933-1983), alcançou o gosto do público por não falar apenas de futebol. “Era sobre um ser humano que por acaso jogava, trabalhava de calção e chuteira, mas tinha uma vida cheia de altos e baixos. [...] Era uma grande história que tinha alguns elementos sobre futebol”, disse. Para ele, a obra foi responsável por abrir o mercado editorial para as produções sobre o esporte.

Pedro Bial destacou que o futebol é um esporte democrático: “Todo esporte pode ser visto muito além do evento esportivo, não só o futebol. Mas este é muito democrático: você pode ter qualquer tipo físico, qualquer coisa que possa se fazer de bola, e um par de sandália para marcar (simular as traves) o gol”, contou. Ele diz que estes elementos permitem que os torcedores fantasiem: “Se um par de sandálias serve como gol, olha o poder de fantasia [do esporte]”, disse.

Para os escritores, não há maneira de manter a paixão pelo esporte viva se não houver rivalidade. João Carlos Eboli, vascaíno desde nascença, disse que se houvesse apenas o Vasco no mundo não valeria a pena ir ao estádio: “O que faz a graça do futebol é justamente essa rivalidade, se não, nós não estaríamos aqui”.

Para Pedro Bial, torcedor do Fluminense, as chances de acontecerem casos de violência no futebol são grandes devido à “paixão louca” que move os torcedores. Ele diz ainda que é possível acabar com a violência no esporte unindo tecnologia, investimentos financeiros e dedicação da polícia: “A gente tem que acabar com isso simplesmente banindo do futebol essa turma que a fantasia deles é a violência, mas dá para resolver”, pontua. 

A conversa foi inspirada nas palestras sobre futebol ocorridas na Academia Brasileira de Letras, chamadas “Gol de Letras”, que resultaram em pequenos livros, plaquetes, uma compilação de textos sobre os times do coração de cada autor. O Café Literário é um espaço de conversas da Bienal oferecido pela Shell, patrocinadora do evento na cota "Apresenta".

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